Questões sobre o determinismo
Considere o diálogo abaixo:
Aristófanes — Penso que nossas ações são determinadas e não temos realmente escolha. Iremos fazer aquilo que for determinado por uma série de causas, biológicas, econômicas e sociais etc.
Xenófanes — Não tenho como concordar com essa afirmação. Há uma série de fatos que mostram que as pessoas são livres. Por exemplo, conheço pessoas que nasceram em famílias pobres e violentas, mas nem por isso seguiram o mesmo caminho.
O hormônio testosterona está ligado ao egoísmo, segundo uma pesquisa inglesa. Em testes feitos por cientistas da University College London, na Grã-Bretanha, mulheres que tomaram doses do hormônio masculino mostraram comportamento egocêntrico quando tinham de lidar com problemas em pares. Quando os pesquisadores ministraram placebo às voluntárias antes dos testes, elas cooperaram entre si. O estudo ajuda a explicar como os hormônios moldam o comportamento humano.
(Testosterona pode induzir comportamento egoísta. Veja, 01.02.2012.)
No século XIX, várias teorias deterministas ganharam destaque, influenciando áreas tão distintas quanto a literatura, a sociologia e a biologia. O determinismo biológico, por exemplo, afirmava que a raça e o gênero de uma pessoa determinavam sua personalidade e suas capacidades. Segundo essa perspectiva, uma mulher jamais seria capaz de exercer funções políticas, pois sua natureza a privaria das habilidades necessárias para tal. No entanto, essas teorias mostraram-se claramente equivocadas.
Suponha que Jussara roubou um mercado. Ela é uma pessoa adulta, tem suas faculdades mentais em perfeito funcionamento e faz essa ação perfeitamente consciente, sem estar sob efeito de drogas ou qualquer fator que possa impedir que seja capaz de pensar sobre seus atos.